Órfãos de Utopia, herdeiros da Barbárie

“Somos inquilinos do mundo, com várias obrigações,

inclusive a de prestar contas de cada arranhão no fim do contrato.”

(Luis Fernando Veríssimo)

Aquela caixinha de músicas do início de “Utopia e Barbárie” mexeu comigo. Em melodia suave, toca “Internacional” – canção que embalou meus sonhos de adolescência. E o passado militante estudantil e partidário. Se hoje optasse por uma trilha sonora, começaria com “Ideologia”.

Vítimas da fome, famélicos da terra, oprimidos pelo Estado (“Internacional”). Por um mundo mais justo, convocávamos todos. Nas passeatas e comícios do “Fora Collor” ou em defesa da Educação, éramos herdeiros da utopia da redemocratização depois da barbárie do regime pós-64. Tínhamos abraçado a esperança iniciada pelas “Diretas Já” de conduzir o país à Democracia. A nova utopia.

Como estudante secundarista, foram anos de intenso engajamento na “esquerda” brasileira interrompidos quando as utopias cederam lugar às barbáries. Centralismo Democrático (*) mal interpretado e disputa por espaço político nas organizações de massa fizeram com que dirigentes partidários se lembrassem muito pouco – ou quase nada – dos teóricos (das utopias) que tínhamos lido, relido e discutido juntos em inúmeros cursos de formação política. Revoltada, me afastei. Dos partidos.

Aquele garoto que ia mudar o mundo agora assiste a tudo de cima do muro (“Ideologia”). Na Universidade, percebi que a (frustrada) experiência político-partidária não era só minha. A cada disputa pelo Centro Acadêmico, pelo Diretório Central dos Estudantes ou mesmo quando a Faculdade promovia debates com candidatos em épocas de eleições, estava claro que tínhamos muito a dizer. Mas poucos, verdadeiramente, dispostos a nos ouvir, salvo se fizéssemos parte de alguma facção/agremiação. A barbárie nos afastou da utopia.

A barbárie do individualismo substituiu as utopias sócio-políticas e assim estamos há 20 anos. Em nome da utopia do bem-estar e da livre escolha, barbáries monetaristas conquistaram adeptos no mundo todo, evocando o Estado Mínimo e o processo de privatizações. Alimentaram bolsas de valores e o consumo exacerbado e hoje são responsáveis pela barbárie ambiental.

Herdeiros da barbárie, assistimos ao vulcão islandês impronunciável, aos desastres no Haiti, às marés negras nos oceanos.  E também à utopia palestina desintegrar-se em Hamas e Fatah enquanto Barack Obama recebe o Nobel da Paz enviando barbáries (tropas) estadunidenses ao Afeganistão. Órfãos de utopia, vemos “companheiros” no mensalão, ônibus incendiados em retaliação ao controle do tráfico pela polícia, a UNE afastada das questões da Educação, perdida em comportamento chapa-branca. Mas as utopias se renovam na Copa do Mundo (2014) e nas Olímpíadas (2016). Nada contra. Só um alerta: ou deixamos nossa vidinha de classe mérdia e nos responsabilizamos pelo mundo de uma vez por todas, mudando nossas atitudes e padrões de consumo, ou as instalações dos jogos serão soterradas pela próxima barbárie, perdão, enchente, antes mesmo que possamos impedir.

Helena Sroulevich

P.S. Gostei do filme. Cumpre um papel. A partir da verdadeira retrospectiva do século XX e início do XXI, Silvio Tendler me fez refletir sobre minha própria história e atitudes. Se eu tivesse que dar um bonequinho (crítica do Globo) para o filme, teria que inventar um: o bonequinho “bolado”. Me emocionei ao longo da exibição, refleti, fiquei “bolada”. Senti falta de algumas coisas, entretanto. Por que o Silvio trocou sua voz e desejo autobiográfico, algo mais pessoal, pelas palavras de Leticia Spiller, Chico Diaz e Amir Haddad? Por quê, Silvio? Me explica. Não entendi.Também questiono porque dedicou o documentário ao seu neto Ernesto. Nana (sua filha) que me desculpe, mas eu sei que a obra também foi para mim. Aliás, para todos, entre 18-35 anos. Que nós, em um ano de eleições presidenciais, reacendamos nossas utopias depois da assistirmos ao filme. Se você vai votar na Dilma, na Marina ou no Serra, pouco me importa. Apenas gostaria que a diferença fosse feita por nós, por nossos sonhos, por nossa vontade de mudar, pela volta da utopia.  E que nos empenhássemos no debate político. Verdadeiramente. Jovens são feitos destes sentimentos,da vontade de participação. Se você se esqueceu disto, está na hora de lembrar. Se se frustrou (meu caso), lembre-se que um ser humano sem utopias já morreu e não sabe. A opção tem que ser – sempre – pela vida, por construir um mundo melhor, por deixarmos um legado, afinal, somos inquilinos do mundo, cheios de obrigações! Vambora! E vejam o filme no cinema mais perto de você.

(*) É um conceito leninista, uma forma de organização interna, em que questões do partido são amplamente discutidas com a base.  Resolvida a questão, a vontade da maioria prevalece e deve ser acatada por todos.

24 Comentários

Arquivado em Helena Sroulevich, Quase uma Brastemp

24 Respostas para “Órfãos de Utopia, herdeiros da Barbárie

  1. carmattos

    Gostei do approach leninista (de Leninha), bem pessoal, ao contrário do que fez o Silvio. O filme tem essa virtude de nos fazer congraçar nos sonhos roubados, mas isso seria melhor resolvido numa mesa de bar do que numa sala de cinema, que só aprofunda o isolamento e o pensamento único. Filme, pra mim, é pra outras coisas.

    • Silvio Tendler

      Helena;
      Desesperar jamais. Há críticas e critícas. Araruta também tem seu dia de mingau e ninguém é obrigado a acertar todos os dias. Tem críticas que parecem mais conversa de botequim. Reproduzo a (inteligente) do Marcos Albertim sobre o mesmo Utopia e Barbárie.
      Beijos
      Silvio Tendler

      quarta-feira, 28 de abril de 2010

      Utopia e barbárie – O risco dos comentários

      * Por Marco Albertim

      Comentar “Utopia e barbárie” é arriscado. Sílvio Tendler, o realizador, trabalhou 19 anos na obra, entrevistou mais de 60 personalidades, visitou quinze países. Arrisca-se quem faz algum reparo, inda que se trate de uma releitura de tragédias humanas e sociais, a começar da poeira de cogumelo da bomba atômica, terminando com o foco em líderes ainda em ascensão no continente: Lula, Chávez, Morales. Tendler não arriscou-se tanto, visto ser um cineasta já com uma filmografia reunindo vinte trabalhos. Depois de dois infartos, decidiu que o órgão vital que pulsaria no começo do filme, ao som da música de Marcelo Yuka, seria o da imagem de uma cintilografia feita em si mesmo, em 2000.

      É o cronista que se vale da imagem, reverencia-a como a um ícone, valorizando minúcias, depoimentos. Como historiador revisitando episódios, faz a crítica ao socialismo, sua trajetória a partir da revolução russa; sem romper, contudo, com o legado do mesmo socialismo. Os sonhos, trata-os como utopias sem detrair “utopistas”. A crítica ao pensamento, usa-a para salvar corações esperançosos. Como cineasta, tem uma matriz revolucionária, dialogando no próprio documentário com filmes russos como A mãe, de Pudovkin; e com O Encouraçado Potenkim, de Eisenstein.

      A revolução cubana não é mostrada como um ato de força de um punhado de denodados. Há cubanos, cubanas empunhando bandeiras atrás, à frente de moços nada imberbes. A crônica mostra-se viva num supermercado no Vietnã, com produtos nada vietnamitas. Ao fundo, anos atrás, moços vietnamitas com sentimentos antiimperialistas. Chávez, o loquaz Chávez, presenteia Obama com um exemplar de “Las venas abiertas de América Latina”. Pinochet não é um general senil, de juízo fraco, é “um ditador cínico”. “Que baita economia!”, diz ele ao saber que os corpos de dois fuzilados foram achados numa só cova.

      Para montar um painel tão rico, o perfil plural de Sílvio Tendler soube aproveitar olhos e bocas das testemunhas. Chama a atenção a revelação do jornalista Carlos Chagas. Conforme ele, Pedro Aleixo, então vice do general Costa e Silva, foi o único a ser contra a edição do AI-5. Disse Aleixo: “Não tenho medo das mãos honradas do presidente Costa e Silva. Tenho medo do guarda da esquina…”

      Em entrevista, Sílvio Tendler diz que Marx e Engels, “para o bem gestaram o Manifesto Comunista (…). Para o mal, os grandes massacres promovidos, ora contra os socialistas, caso da Comuna de Paris, ora pelos socialistas, como foram os expurgos stalinistas, com massacres de camponeses na URSS.” A história é parteira, também madrasta; é paciente e demora, diz Eduardo Galeano. Tendler ouviu-o, mas… Mas talvez por não ter absorvido a lição, ponha no mesmo saco episódios ocorridos em circunstâncias distintas.

      * Jornalista e escritor. Trabalhou no Jornal do Commércio e Diário de Pernambuco, ambos de Recife. Escreveu contos para o sítio espanhol La Insignia. Em 2006, foi ganhador do concurso nacional de contos “Osman Lins”. Em 2008, obteve Menção Honrosa em concurso do Conselho Municipal de Política Cultural do Recife. A convite, integra as coletâneas “Panorâmica do Conto em Pernambuco” e “Contos de Natal”. Tem dois livros de contos e um romance.
      Postado por O Escrevinhador às 05:47
      2 comentários:

      nubia disse…
      Parabéns pelo texto
      conciso e elucidador.
      Abraços

      28 de abril de 2010 08:58

      liriodoprado disse…
      Parabéns, Marco, você escreve com muita sensibilidade sobre o melhor documentário brasileiro dos últimos tempos. Nem sempre os críticos têm essa sensibilidade, e frente a um imenso quadro em branco com um pontinho negro no centro, eles só veem o pontinho.
      Forte abraço.

      1 de maio de 2010 08:39

    • Ô Carlos

      Você acha que tudo que o Sílvio apresentou em Utopia e Barbárie, aqueles depoimentos importantes de alguns dos maiores pensadores atuais, aquelas imagens incríveis podem ser resolvidos em uma mesa de bar? Você está brincando…Precisa urgentemente rever o filme.
      Abraço
      Risomar Fasanaro

      • Opa!!! Ô, Carlos ?! Sobrou para mim?! Eu ainda nem vi o filme e já estou sob fogo cerrado?!
        Vou assisitir ao filme hoje, mas, do jeito que estou quente, vou me abster de comentários.
        Caso contrário, o Carlinhos (Mattos) vai me renegar para sempre 🙂 Já basta a confrontação ideológica, no jantar de sábado, entre o Yin e Yang da crítica cinematográfica nacional.
        Inté!
        Carlos Eduardo Bacellar

  2. Passei um tempo pensando, amadurecendo… Tenderia a concordar contigo, mas, pensei: será que o filme não cumpre um papel na era individualista? Será que contemporâneo não é evocar os seres a refletirem individualmente e, a partir daí, se organizarem? Sabe-se lá. Queria falar à uma geração – a minha – que teve seus sonhos amputados pelos “amigos”, hoje no poder. Muitas das nossas utopias subiram ao poder no Governo Lula, mas muitas delas podem ser vítimas dos mesmos males que um dia terminaram com a utopia soviética. E é nessas horas que chamo a Filosofia de Hobbes, que, infelizmente, virou sinônimo de Auto-ajuda (é o fim dos tempos!) no séc. XXI: “o homem é o lobo do homem”. Fiquemos atentos.

  3. Paulo Henrique Souto

    Helena, parabéns por lembrar que ainda existe a jovens utopicos. Pelo belo texto e por sua preocupação em zelar pelo mundo doiso que vivemos. bjs.

  4. Silvio Tendler

    Helena:
    Lindo seu blog, puras suas reflexões. É muito edo para desesperar-se. Você ouviu no filme lutadores das mais variadas vertentes e nenhum desesperado. ‘ E preciso estar atento e forte/ não temos tempo de temer a morte” continua ecoando em meus ouvidos.
    Bons sinho para vocês também.
    Beijos
    Silvio
    P.S O e-mail convite vai pintar logo logo. Deixa baixar a bola do trabalho.

  5. Paulo Henrique, obrigada. Te dou um beijo à noite.
    Silvio, que honra tê-lo aqui. Fiquei muito tocada. Mas não se preocupe, não tenho desespero, mas sim, um sinal amarelo de alerta. Eu me preocupo com a minha geração e como os leitores do blog, que estão exatamente entre 18-35 anos, e que devem assistir ao filme!
    Anita, adoro o José Joffily (nos conhecemos!) e iria assistir ao filme de todas as formas! Vamos à pré sim!
    Beijos a todos!

  6. Helena

    Lindo seu blog, vou visitá-lo sempre. Quanto às suas reflexões, temos muito em comum, as decepções com as filiações aos partidos, a firme decisão de não se deixar abater pelas babáries e de se agarrar às utopias, pois é impossível levantar pela manhã sem uma utopia, um sonho, a esperança enfim.
    Belíssimo seu texto. Reafirmo aqui que, pra mim, o filme do Sílvio Tendler é o melhor documentário dos últimos tempos. Atente que não coloquei brasileiro, é documentário, sem adjetivo.
    Sobre a Internacional, ainda hoje “vejo” aquelas mãos girando a manivela e “ouço” o som da Internacional…E concordo com você: por que Sílvio não falou, ele mesmo o belíssimo texto do roteiro? Fica para o próximo? Lindo seu texto. Parabens!
    Risomar Fasanaro

    • Risomar, poxa, obrigada! Seja bem-vinda sempre! A gente escreve para que as pessoas leiam. Parace óbvio, mas nem sempre é assim! 🙂 Passarei no teu blog, com calma.
      Parti de uma experiência bem pessoal de barbáries e utopias. O que mais me incomoda: os mesmos que alimentaram minhas utopias, um dia (quase) foram responsáveis por aniquilá-las com barbáries. E isso faz com que hoje assistamos juntos (uns aqui, como eu, outros ocupando cargos nos Governos por aí) a uma sociedade completamente falida em seus valores e às pessoas cada vez mais desinterressadas pelo debate político. E isto é Democracia saudável, te pergunto?
      Minha sorte, entretanto, foi ter tido uma experiência que ajudou a (re)alimentar as minhas utopias. Durante os anos de Universidade, atuei numa organização não-governamental internacional chamada AIESEC. Tive uma bela experiência e conheci, no mundo todo, muitos jovens idealistas, como eu, e que poderiam ter uma participação partidária efetiva, caso não tivessem tido suas “utopias” roubadas. Uma pena. Como disse acima, me preocupo com a minha geração (dos recém completados 30 anos) que hoje não representa nada. Tá na hora da gente se mexer, refletir, atuar. Sejamos cidadãos.

  7. Querida Helena

    Ainda estamos lambendo nossas feridas, Há 46 anos elas sangram. A esperança de vê-las cicatrizadas escoou pelo ralo com a não aprovação da revisão da Lei da Anistia, e para surpresa nossa com o aval de um dos juizes que foi vítima da ditadura. E me pergunto: teria ele sofrido menos que muitos dos meus companheiros? Talvez.
    Vivemos uma democracia doente, cheia de chagas, e um dos indícios são as epidemias de gripes com vários nomes, a morte inexplicável de tantas crianças nos hospitais, o descaso com áreas de risco para os menos favorecidos, as enchentes, os incêndios nas favelas causados por inúmeros “gatos”, enfim, Helena, tenho muita esperança na sua geração que tem realizado trabalhos lindos, e lembre-se sempre, o que se faz nas periferias deste país, tanto na área artística como na social é realizada por muita gente da sua geração.
    E quanto a você, só o fato de escrever e colocar este Blog lindo à nossa disposição, para expressãr o que sentimos, já cumpre o seu papel. Mais uma vez, parabéns!
    quanto ao filme do Sílvio Tendler, pra mim ele é o melhor documentarista dos últimos tempos.
    Beijo e seja bem-vinda ao meu blog!
    Risomar

    • Risomar, com certeza! Há muitos trabalhos feitos na periferia que se transformaram em bolsões de resistência. Eu conheço vários. Aqui, entretanto, como deve ter percebido, falei da classe mérdia. Esta sim, bem infeliz e sem papel, e que é público de cinema, prioritariamente. Beijos.

  8. Ô Carlos Bacellar

    Desculpe-me! A resposta foi para o Carlos Mattos. Vai ver o filme e depois conta pra gente. Diz aí se não é lindo, forte, generoso…
    Abraços
    Risomar

  9. Oláa Helena, que bom receber seu comentário… Busquei seu texto pra perceber essa sinergia de idéias, e pude comprovar que realmente existe! Seguimos pelas interação e dialogo de sentir, mais do que por uma análise concreta do filme.. Fruir interpretações e alargar o debate, viva! Ótimo espaço esse pro debate cinematografico, historico, e político. Abraço

    ramon coutinho

  10. Carlos
    Puxão de orelhas aceito. Nunca fui, não sou nem serei jamais dona da verdade. O que me incomodou foi o outro Carlos, crítico de cinema, dizer que o “o congraçamento dos sonhos” de que Sílvio Tendler trata no filme poderia ser resolvido em uma mesa de bar.
    São 19 anos de pesquisa, entrevistas, viagens a 20 países, Carlos, é o depoimento de pessoas como aquelas que você viu no filme. Ainda que a gente se prenda apenas aos sonhos, dá pra resolver tudo aquilo em uma mesa de bar? Tenho minhas dúvidas.
    Mas uma coisa é certa: vocês assistem aos filmes analisando as técnicas, eu tenho só paixão. Uma paixão doida por cinema. Fazemos as pazes?
    Abraços
    Risomar

    • carmattos

      Risomar, não pretendia incomodá-la tanto com meu comentário dirigido a uma amiga, em tom de camaradagem. Se você quiser ler a minha opinião sobre o filme do Tendler, visite http://wp.me/pya3j-Hc. Acho que filmes assim apenas reiteram convicções e não trazem uma verdadeira discussão à pauta. Eles provocam um congraçamento entre pessoas que pensam do mesmo jeito (eu inclusive), mas não avançam para além disso. Não me queira mal, mas nas minhas apreciações tento ir além do que está na tela, considerando também a forma como as coisas estão apresentadas. Um abraço, Carlos.

      • Carlos Mattos

        Não se preocupe. Meu comentario é apenas o de uma amante de cinema. Não quis magá-lo jamais. Olha: a internet é boa por isso, permite que doidos como eu que entrei aqui neste site maravilhoso,possam dar palpites e serem corrigidos por vocês. Estou adorando isso.
        Sou fã do trabalho do Sílvio Tedler e você sabe o que é fã, de vez em quando entra em desvairio. E como a gente não pode se dar à loucura de rasgar as roupas dos cineastas, como fazem as fãs de Caubi, Roberto Carlos Rs,rs,…a gente os defende com as armas que tem: palavras e paixão.
        Fica com raiva de mim não? Vou ler de agora em diante todas suas críticas e aprender muito com você, tenho certeza.
        Um beijo da
        Risomar

      • Silvio Tendler

        Acho que já podemos fazer um primeiro balanço do impacto do filme e perceber que os fatos desmentem a teoria que esse tipo de cinema não atinge as pessoas além dos já predispostos ao envolvimento com o tema.
        Mai uma vez extrapolo a discussão além das áreas de cinema e a discussão salta das páginas de cinema para as áreas de política.
        É só verificar o espaço recente ocupado na mídia pelo filme em colunas como a do Ancelmo Gois. a do Mauro Santyana para perceber que o cinema não se restringe a um “papo” de iniciados.
        Recebo cartas de historiadores, professores e alunos pedindo sessões do filme. Temos feitos sessões extra programa para alunos e professores.
        Carlinhos, desesperar jamais. O cinema político tem público, fique tranquilo, não se preocupe comigo. Estou bem e feliz.
        Helena deve estar feliz da vida com o debate em seu blog, não é mesmo?
        Abraços em todos
        Silvio Tendler
        PS Procê também Riso, essa batalhadora incansável.

      • Fico muito feliz vendo que o blog é prestigiado por gente de tanta categoria como Silvio Tendler, Carlos Alberto Mattos, Paulo Henrique Souto e tantas outras figuras expressivas do Cinema Brasileiro. Muito bacana!
        Sejam todos sempre muito bem-vindos a este espaço (in)formal para debates e discussões. Saibam que apesar do tom mais leve e das brincadeiras, levamos muito a sério cada linha dos textos, sempre escritos com paixão. Quando erramos, erramos tentando acertar.
        Abraços!
        Carlos Eduardo Bacellar (a voz que nunca se calará!!!)

    • Querida Risomar,
      Não fique aperreada. Estamos de bem. Seus comentários serão sempre muito bem-vindos.
      O nosso objetivo é estimular discussões construtivas, sempre.
      Abraços,
      Bacellar

  11. carmattos

    Oba! Mas olha, Risomar, não vá querer rasgar minhas roupas também 🙂 Beijos

  12. carmattos

    Silvinho, meu velho, fico feliz por vê-lo satisfeito com a repercussão do filme. É sempre bom reiterar o valor absolutamente individual de uma opinião crítica. E sempre bom saber que você discute com qualidade e cavalheirismo. O blog dos doidos é uma dessas arenas onde a amizade e o debate podem andar de mãos dadas. Um grande abraço e bons fluidos!

  13. Sim, felicíssima, Silvio. Como disse o Carlinhos, é um espaço dos amigos e do debate! Que viva! Dois centavos de contribuição:
    1. O filme tem feito uma média de 310 espectadores por “cópia”, neste caso, sala. Considerando as “aberturas” do mercado nas semanas desde o lançamento do filme e os horários limitados de exibição, vai muito bem. Tomara que os exibidores mantenham.
    2. Várias pessoas não se pronunciaram via comentário, mas me escreveram dizendo que foram ver o filme depois do post e das discussões calorosas. 🙂 Ou seja, todos aqui cumpriram (e estão cumprindo) o seu papel. E para um filme como este, que nasce engessado pelo mercado (sejamos realistas!), só contando com o boca-boca mesmo e a relação íntima que cada espectador estabelece com a obra, capaz de despertar curiosidade nos amigos, nas famílias. Salve o Cinema Brasileiro, a nossa causa, a nossa utopia, e, às vezes, a nossa barbárie. Quem vive disto, sabe… Beijos a todos y muy buenos dias!

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