Acaba de chegar às locadoras o thriller “A órfã”, do diretor espanhol Jaume Collet-Serra. A sufocante narrativa trata da história de um casal americano que sofre um trauma emocional após perder uma filha, que já nasce morta. Impedida de engravidar novamente, Kate Coleman, personagem interpretada pela poderosa Vera Farmiga, decide abrir as comportas de seu coração e despejar em algum pimpolho todo amor represado pelo natimorto. É aí que entra na história a perturbadora Esther (Isabelle Fuhrman, estupenda!!!)
O casal – o pai, John Coleman, é vivido por Peter Sarsgaard, figurinha fácil nessas produções que inquietam o espírito – resolve adotar uma criança para suprir as carências afetivas de Kate. Já pais de Max (Aryana Engineer), uma inocente menina com problemas auditivos, e do aborrecente Daniel (Jimmy Bennet), eles decidem enfrentar juntos os desafios de incorporar um novo membro ao seio da família. A felizarda é a talentosa e enigmática Esther, supostamente originária da Rússia e com um passado misterioso, com quem os Coleman esbarram numa instituição para meninas que aguardam por um novo lar. Não preciso nem falar que a família Coleman vai se arrepender amargamente da escolha. Eu disse toda a família.
A produção leva o selo da Dark Castle Entertainment. Formada no final dos anos 90 por alguns dos maiores nomes da indústria hollywoodiana – Joel Silver, Robert Zemeckis, e Gilbert Adler -, é uma divisão da Silver Pictures, produtora afiliada da poderosa Warner Brothers. A DC já assinou títulos como “A casa da colina” (“House on haunted hill”, 1999), “13 fantasmas” (“Thir13en ghosts”, 2001), “O navio fantasma” (“Ghost ship”, 2003), “Gothika” (2004) e “A casa de cera” (“House of wax”, 2005).
O filme acionou o meu “sentido Deixa ela entrar” (qualidade garantida). Caso você ainda não tenha visto, pare tudo o que você está fazendo, corra imediatamente para a locadora mais próxima de sua casa, peça o filme, voe para o primeiro aparelho de DVD disponível e se prepare para uma das mais angustiantes produções de suspense dos últimos tempos (à moda Hitchcock).
Carlos Eduardo Bacellar
Longo p.s. Perdi esse filme no cinema e estava contando os dias para o seu lançamento em DVD. Cada minuto de espera não valeu a pena. Um filmaço desses deveria ser desfrutado na telona, no intimismo escuro da tenebrosa sala 2 do Estação Botafogo, em uma sessão com poucos e desvirtuados sujeitos que estão ali aparentemente por acaso, espaçados em intervalos planejados nas poltronas, de forma que você só possa imaginar qual é a figura que está mais próxima de você.
Mas o DVD quebra um galho. Além do fato de que, em casa, você pode deixar a luz acesa e segurar firme um taco de baseball embaixo dos lençóis, sem pagar mico.
Garanto que vocês terão uma longa e tortuosa noite de insônia espiando cada sombra de suas casas, e irão se remexer na cama ao menor ruído. Calma, pessoal, deve ser só o vento. Ou não?