Arquivo do mês: julho 2011

Quando o filme é uma obra-prima,…

… uma verdadeira aula de cinema, o resultado é estado de graça do início ao fim. Assim é “Chico & Rita”, de Fernando Trueba, parte da programação do Anima Mundi.

Ambientado majoritariamente em Cuba e nos EUA da década de 50, a animação, com ilustrações de Javier Mariscal, conta a história de amor do pianista Chico com a cantora Rita.

Embalados a bolero, Chico e Rita se conhecem numa noite. Surge o interesse. Do interesse, a paquera. Da paquera, a aproximação. Da aproximação, a parceria. Da parceria, o romance. Do romance, o clímax. Do clímax, o impossível. Do impossível, o improvável. Do improvável, o sonho. Do sonho, a realidade. E assim é a história de  amor de “Chico & Rita”: um roteiro perfeito.

E já seria um grande filme só nisto. Mas não. As ilustrações de Mariscal, que revisitam e reconstituem Havana e Nova Iorque da década de 50, o transformam num filme genial; que nas mãos de Fernando Trueba, assertivo na definição de cada plano, faz de “Chico & Rita” uma obra-prima.

Helena Sroulevich

P.S. Em São Paulo, o filme está programado em algumas salas, entre 27 e 31/7, ou seja, ESTA SEMANA! CORRAM!

Aos demais, resta a mandinga cinéfila para encontrá-lo, ao menos, na locadora mais próxima. 

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33 vezes cinema

Prometi a um dos titulares deste blog um presente de aniversário em forma de texto. Pensei em escrever sobre um filme ou um assunto qualquer desses que nos endoidecem de cinema. Mas o meu xará Carlos Bacellar merece mais que um textinho de rotina. Considerando que blogs doidos costumam gostar de listas, e levando em conta também que o xará faz 33 anos neste sábado, resolvi juntar o útero ao agravidável.

Aí vai uma lista de filmes “numerados” de zero a 33. Quando havia diversas opções disponíveis, escolhi os mais bacanas. Um para cada ano do meu amigo. E mais 99 abraços.

Latitude Zero (Toni Venturi/Brasil)

Inimigo Públiconº 1 (Jean-François Richet/França)

Entre Dois Amores (Sydney Pollack/EUA)

Três Macacos (Nuri Bilge Ceylan/Turquia)

Diabo a Quatro (Leo McCarey/Irmãos Marx/EUA)

Matadouro 5 (George Roy Hill/EUA)

SeisGraus de Separação (Fred Schepisi/EUA)

Os Sete Samurais (Akira Kurosawa/Japão)

Oito Mulheres (François Ozon/França)

Oito e Meio (Federico Fellini/Itália)

Nove Rainhas (Fabián Bielinsky/Argentina)

Nove Semanas e Meia de Amor (Adrian Lyne/EUA)

Mulher Nota 10 (Blake Edwards/EUA)

O Demônio das Onze Horas (Jean-Luc Godard/França)

Os Doze Condenados (Robert Aldrich/EUA)

Sexta-feira 13 (Sean S. Cunningham/EUA)

Quatorze Juillet (René Clair/França)

O Quinze (Jurandir de Oliveira/Brasil)

15 Anos e Meio (François Desagnat e Thomas Sorriaux/França)

16 Quadras (Richard Donner/EUA)

Les Naufragés de la D17 (Luc Moullet/França)

Apollo 18 – A Missão Proibida (Gonzalo López-Gallego/EUA)

Modelo 19 – O Amanhã Será Melhor (Armando Couto/Brasil)

O Amor aos 20 Anos (Truffaut, Wajda etc/Europa e Japão)

S-21 – A Máquina de Morte do Khmer Vermelho (Rithy Pahn/Camboja)

Ardil 22 (Mike Nichols/EUA)

Jeanne Dielman, 23 Quai du Commerce, 1080 Bruxelles (Chantal Akerman/

Bélgica)

24 City (Jia Zhang-Ke/China)

25 (Celso Lucas e José Celso Martinez Correia/Moçambique)

Inside Rooms: 26 Bathrooms, London & Oxfordshire, 1985 (Peter Greenaway/

Inglaterra)

27 Cenas sobre Jorgen Leth (Amir Labaki/Brasil)

28 Hours Later (Danny Boyle/Inglaterra)

29 Palms (Bruno Dumont/França)

Trinta Anos Esta Noite (Louis Malle/França)

Adalen 31 (Bo Widerberg/Suécia)

32 Variações sobre Glenn Gould (François Girard/Canadá)

33 (Kiko Goifman/Brasil)

Quem quiser que continue a relação até La Frontera Infinita (Juan Manuel Sepulveda/México).

Carlos Alberto Mattos

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Harry Potter em busca das relíquias da vida

A função da literatura é criar, partindo do material bruto da existência real, um mundo novo que será mais maravilhoso, mais durável e mais verdadeiro do que o mundo visto pelos olhos do vulgo.” (Oscar Wilde)

Harry Potter cresceu. Inevitável. Um dia todo mundo cresce, mesmo que seja só verticalmente. As taxas hormonais em ascensão e a fita métrica não me deixam mentir. Mas é possível perceber algo mais em seu semblante, marcado por uma cicatriz em forma de raio, que frustra interpretações epidérmicas. Harry amadureceu. Outro tipo de crescimento que nenhum fisiologista poderia auferir objetivamente. O desenvolvimento emocional depende do que a vida nos impõe; e de como reagimos a essas imposições.

No oitavo filme da franquia idealizada no âmbito literário pela inglesa J. K. Rowling sob a responsabilidade do diretor David Yates , o bruxinho mais famoso da história do cinema (e da literatura), e digo isso sem titubear, entende o verdadeiro significado da palavra sacrifício. Harry, em sua caçada às horcruxes de Voldemort, enfim compreende seu papel na concepção de um mal que o assombra (e a todos os seus) desde o berço. E o que precisa ser feito não para resguardar a si próprio, mas para proteger as pessoas que ama. O autruísmo autodestrutivo máximo.

Neste encerramento cinematográfico dos capítulos finais do sétimo livro roteirizado por Steve Kloves , Rowling submete Harry a provações que não o fortalecem, muito pelo contrário. Elas o envolvem no sudário da resignação. Mais do que aceitar seu destino trágico, Potter o sorve de um gole só, como se fosse a poção mágica responsável pela desinfecção de todas as chagas: as aparentes (da carne) e as envoltas pelo manto de invisibilidade chamado coração, as quais feitiço nenhum pode desvelar. Ironicamente, essas marcas invisíveis entalhadas em nosso íntimo podem ser alcançadas tanto pelo veneno como pela cura, dependendo da forma com que construímos nossa retórica emocional após as perdas (sejam elas quais forem). E Harry, ao perceber que continuar ou não só depende dele, coloca o niilismo de lado e se agarra à amizade como a muleta de que precisa para ficar em pé outra vez.

No duelo final com Voldemort, nosso herói canhestro desperta para sua imperfeição a interseção que existe dentro dele entre o bem e o mal, criando uma zona cinza chamada livre arbítrio que se equilibra entre o certo e o errado; e o que é mais desafiador, entre o mal e o menos mal, ou o certo e o mais certo. O maniqueísmo, impresso por Rowling até na disposição das casas da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts (eu não queria ser da Sonserina nem a pau!), é dissolvido na construção psicológica de seu principal personagem. A escritora simplifica o plano estrutural por um lado, mas complexifica o íntimo de cada personagem de outro. Alguém disse trama infanto-juvenil? Sério? Estou assustado com esses adolescentes…

Bom, voltando… Aceitar o lado negro (o que existe de pior em nós) e aprender a lidar com ele talvez seja um desafio maior para Harry do que eliminar seu antagonista, encarnação do mal em estado concentrado, uma metáfora (talvez) do que não queremos que prevaleça nas relações humanas. Na verdade, Voldemort não pode ser aniquilado no que entendemos por vida real, somente contido. As relíquias da morte? Esqueça… São presentes de grego da morte. O verbo, caro leitor, é mais poderoso que qualquer artefato mágico.

Alvo Dumbledore é um sábio quando diz: “Palavras, na minha não muito humilde opinião, são as mais inesgotáveis fontes de mágica. Capazes de infligir a dor ou curá-la”.

Rowling sinaliza que nem sempre escolheremos a sintaxe correta, impecável, mas não podemos deixar de buscá-la, mesmo perseguidos (sempre seremos) pela carga semântica representada por Lord Voldemort, inerente ao que é humano. Harry Potter, por meio da dor das perdas e do sacrifício, assimilou isso e cresceu. E nós crescemos junto com ele. Obrigado novamente, J. K. Rowling!

Carlos Eduardo Bacellar

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Lumos Maxima nos cinemas!

Aguardo todos para o embarque!

Uma curiosidade para ilustrar como a vida é engraçada…

Recentemente cortei minha testa por acidente, tentando andar no escuro, com sono, pelo meu quarto. É sério! Como o corte não ficou muito preciso, pedi ao Aldo Raine para dar o ajuste fino. Isso não é tão sério assim 🙂 De qualquer forma, vou a caráter!

Obrigado, J. K. Rowling! Não só por colocar um pouco de magia em nossas vidas… Toda uma geração que não pegava nem em gibi (com todo respeito aos gibis, dos quais sou fã), passou a ler por sua causa. E isso é muita coisa. Muita coisa…

Carlos Eduardo Bacellar

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Independence Day

Fonte: AP

Parece cena do filme-catástrofe dirigido por Roland Emmerich e protagonizado por Will Smith. Felizmente os habitantes de Phoenix, capital do estado do Arizona (EUA), podem respirar aliviados. Digo, não literalmente… Só depois que a poeira baixar, lógico.

O que quero dizer é que não se trata de uma invasão alienígena com o objetivo de exaurir nossos recursos naturais exterminando a raça humana no processo. E ainda por cima atrasada, possivelmente por causa do caótico tráfego intergaláctico, o que a impossibilitou de chegar à Terra a tempo de colocar água no chope das comemorações do 4 de julho ianque.

Phoenix foi engolida pela nuvem (sem nenhuma arma laser de destruição em massa escamoteada) de uma tempestade de areia. A humanidade e Galactus — aka Devorador de Mundos — podem ficar tranquilos, por enquanto.

“Ufa… Achei que a concorrência estava se acirrando.

Fonte: Marvel Directory.com

A tempestade de areia, segundo especialistas ouvidos pela imprensa, é um fenômeno natural não raro na temporada de monções, que vai de junho a setembro. O que causou estranhamento foi a intensidade do evento. Apesar disso, a cidade de Phoenix vai sobreviver a ela sem a necessidade de recorrer às forças militares americanas.

Carlos Eduardo Bacellar

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Playbot

“Transformers (3): dark of the moon” continua dando pano para manga. Na bagagem da última leva de robôs antropomórficos que chegou à Terra, foi encontrada uma edição da Playbot, revista editada em Cybertron e proibida para máquinas que ainda não fizeram a revisão dos 18 mil km rodados. Ou seja, Zariguim não pode ler.

“Sacanagem… Zariguim pode! Zariguim quer!

Fonte: sítio da novela Morde & Assopra

Fica quieto, Zariguim! Caso contrário, vamos ser enquadrados pela Vara da Infância e da Juventude. Bom… O Doidos teve acesso à capa da revista, reproduzida abaixo:

Fonte:deviantART

Conversando com alguns dos Autobots, ficamos sabendo que Optimus Prime era assinante da revista. Nossos repórteres investigativos desencavaram uma foto indiscreta de Optimus. A imagem foi capturada no momento em que o líder dos Autobots trocava seu óleo, pouco depois de folhear a Playbot.

Quem for sensível a conteúdo mais forte, por favor, pare por aqui.

Carlos Eduardo Bacellar

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Talento é só um detalhe

Veja como a escolha do elenco para as produções hollywoodianas é algo extremamente profissional e levado muito a sério pela indústria cinematográfica americana.

O diretor Michael Bay encontrou a afroditiana Rosie Huntington-Whiteley — Kate Middleton encontrou uma rival à altura — durante um bico, certamente bem mais divertido do que filmar um blockbuster caça-níquel.

Segundo a revista VIP de junho, Rosie é uma Angel da Victoria’s Secret desde 2006 — paradoxalmente, nós iríamos ao inferno por ela. E justamente por causa deste trabalho ela ganhou sua chance no mercado de cinema. Ainda de acordo com a VIP, Michael Bay ofereceu a Rosie a vaga de estrela que pertencia a Megan Fox após filmar um comercial para a famosa marca de lingerie — sabe agregar valor ao seu portfólio esse Michael Bay.

Agora a versão extraoficial. Dizem as más línguas que Bay dispensou Rousie do teste de elenco após constatar que a divindade inglesa era aficionada pelos carros robóticos da Hasbro.

A modelo veste mesmo a camis… Quero dizer… Ah, poxa! Vocês entenderam…

Carlos Eduardo Bacellar

p.s. Pensando em pedir a mão da moça (e todo o resto) em casamento? Nós ensinamos você a não fazer feio. A escolha do anel certo é fundamental. Fique com a nossa sugestão:

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Pensamento autobotiano do dia

Carlos Eduardo Bacellar

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Barack Obama responde a Michael Bay

A Assessoria de Imprensa de Obama age rápido. Após o último post, veiculado hoje aqui no Doidos — e que ganhou repercussão mundial instantaneamente –, o aparato do presidente dos EUA rapidamente foi mobilizado. Com o intuito de não perder eleitorado entre Autobots e Decepticons, os reponsáveis por zelar pela imagem pública de Obama viralizaram na Internet a imagem abaixo:

Carlos Eduardo Bacellar

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Militância política de Michael Bay: o lado (contra o) negro de Transformers 3

Fonte: Mondo Tees (via Alt World)

O aviso é mais um artifício publicitário do que qualquer outra coisa — sei que você vai ler mesmo. Mas é sempre bom informar… SPOILERS!!!

Michael Bay aproveita “Transformers (3): dark of the moon” para sinalizar sua insatisfação com os rumos da política americana:

1) Sam Witwicky, personagem de Shia LaBeouf, na busca por emprego, tenta capitalizar a seu favor distinção que recebeu do presidente Obama por serviços prestados ao país. Só que o tiro sai pela culatra ao ostentar, durante uma entrevista de seleção, sua honraria num reduto Republicano. Obviamente ele não consegue o trabalho;

2) A Casa Branca da gestão Obama não consegue manter em seu staff Carly, interpretada pela divindade inglesa Rosie Huntington-Whiteley (que importa se ela tem talento ou não?), a quem Michael Bay (sabiamente) parece valorizar mais do que qualquer robô gigante. Rosie, carro-chefe da máquina de divulgação de “Transformers (3)” — não resisti ao trocadilho –, certamente  possui em seu contrato cláusula determinando que ela seja a garota-propaganda do filme em todos os eventos para o público e a imprensa. Afinal, quem está interessado em Shia? Bola fora do RH do governo ianque (e bola dentro do departamento de marketing responsável pela divulgação da produção );

3) Chicago, cidade de Obama, escolhida para ser o quartel-general da nova ordem robótica mundial, é devastada numa luta entre humanos e robôs. E Bay escolhe um dos prédios do milionário Donald Trump, que recentemente questionou a nacionalidade do líder dos EUA, para protagonizar uma das locações na cidade. Chicago se torna tão inóspita como Cybertron.

Desconheço as preferências políticas de Michael Bay, mas acho que o diretor não está muito satisfeito com o governo Barack Obama… A indústria hollywoodiana, por meio da força de um de seus blockbusters, levanta a bandeira amarela para o Comandante em Chefe.

Sei não… Se eu fosse concorrer à presidência dos EUA, gostaria de ter Autobots e Decepticons jogando no meu time. E, claro, Rosie Huntington-Whiteley seria minha secretária particular.

Carlos Eduardo Bacellar

p.s. O roteiro sem pé nem cabeça, da lavra de Ehren Kruger, reponsável pelo texto de filmes como “Pânico 3” (2000) e “O chamado”(2002), além da segunda produção da franquia baseada nos brinquedos da Hasbro, “Transformers (2): Revenge of the Fallen”, não pode ser detratado. Ele só serve de substrato para que “Transformers (3)” cumpra sua missão: colocar as cenas de ação envolvendo os robôs em segundo plano — em primeiro estão as curvas de Rosie Huntington-Whiteley — e entreter, sem nenhuma pretensão artística. Senta na poltrona e relaxa. Eles só querem o seu dinheiro, não seus neurônios.

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